Notícias

PREMIAÇÃO DO FISM 2025 CONSAGRA ITÁLIA E EVIDENCIA HEGEMONIA EUROPEIA

Encerrou neste sábado, 19, com a cerimônia oficial de premiação, a competição do FISM 2025 – Campeonato Mundial de Mágica, o evento mais prestigiado do universo mágico, frequentemente comparado às Olimpíadas pela amplitude internacional e pelo rigor técnico.

Durante 5 dias de apresentações, a tenda montada em Turim recebeu 140 competidores, representando 35 países. Ao final, 16 países levaram ao menos um prêmio para casa: Itália, Alemanha, Coreia do Sul, Espanha, França, Japão, Estados Unidos, Suíça, Dinamarca, Bélgica, Geórgia, Hong Kong (China), Canadá, Rússia, Irlanda e Taiwan.

Divulgação

A competição FISM se estrutura em grandes blocos (Palco e Close‑Up) subdivididos em diversas categorias (Manipulação, Cartas, Mentalismo, Micro Mágica, Parlour, Grandes Ilusões, Comedy Magic, General Magic, entre outras), além de distinções especiais como “Ato Mais Original” e prêmios de Invenção.

A premiação traz primeiro os vencedores formais de cada categoria: primeiro, segundo e terceiro lugares.
Depois existem as menções honrosas, como “Ato Mais Original”. Por fim, realiza‑se uma competição apenas entre os vencedores de primeiro lugar de cada categoria para definir quem recebe o Grand Prix. Veja o resultado da competição:

LISTA DE VENCEDORES FISM 2025 – TURIM:

(Por “DESERTO” entende-se que não houve premiação)

Manipulação

  1. Francesco Della Bona (Itália) – Club Magico Italiano – Gianni Loria
  2. Ho Jung (República da Coreia) – Magic Union of Korea – Casa Kim
  3. Shifu Huang (Taipei Chinês) – TMA – Yoyo Lin

Mágica Mental

  1. Mind2Mind (Reino Unido) – The Magic Circle – Marvin Berglas
  2. DESERTO
  3. Niccolo Fontana (Itália) – CADM – Marco Aimone

Grandes Ilusões (Stage Illusions)

  1. DESERTO
  2. Alberto Giorgi & Laura (Itália) – Club Magico Italiano – Gianni Loria
  3. Mag Edgard (Espanha) – GENI – May Closa

Mágica de Cartas (Card Magic)

  1. DESERTO
  2. Francesco Fontanelli (Itália) – CMI – Gianni Loria
  3. Tino Plaz (Suíça) – MRS – Lorenz Schär + Kevin Stieger
  4. Kimoon Do (República da Coreia) – Magic Union of Korea – Casa Kim

Micro Mágica (Micro Magic)

  1. Ibuki (Japão) – JPMA – Ken Masaki
  2. Duo (Espanha) – FESMA – Ángel San Martín Gil
  3. Starman (Itália) – CMI – Gianni Loria

Parlour Magic

  1. Mortenn Christiansen (Dinamarca) – Magisk Club Aarhus – Frederik Lund Toftgaard
  2. Piero Venesia (Itália) – Circolo Amici della Magia – Marco Aimone
  3. Jonio (Japão) – SJM – Junichiro Sechima

Invenção (Invention)
• Alain Guerant (Bélgica) – BMF – Jean‑Paul Mertens
• Alberto Giorgi & Laura (Itália) – Club Magico Italiano – Gianni Loria
• Sergi Dolidze (Geórgia)
• Tsiao Yang (Hong Kong, China) – Magicians Association Hong Kong – Kenneth Chan
• Nojima (Japão) – Magicians Network Japan – Shimpei Katsarugawa
• Billy Hsueh (Canadá) – IBM – Mike Dunagan
• Lucas Kaminski (Alemanha) – MZvD – Lars Tepel

Mágica Geral (General Magic)

  1. Léa Kyle (França) – FFAP – Serge Odin
  2. Nikolai Striebel (Alemanha) – MZvD – Lars Tepel
  3. Calista (França) – FFAP – Serge Odin

Mágica Cômica (Comedy Magic)

  1. DESERTO
  2. Artem Shchukin (Rússia) – Russian Association of Magicians – Dmitry Chirikov
  3. Yannis Why (França) – FFAP – Serge Odin
  4. Juan Colas (Espanha) – FESMA – Ángel San Martín Gil

Nomeações de Mágica Online (Online Magic Nomination)

  • Melhor Podcaster de Mágica – The Magic Guys
  • Melhor Plataforma de Comunicação – The Magic Café
  • Melhor Newsletter de Mágica – The Daily Magician
  • Melhor Criador de Mágica – Suhani Shah
  • Melhor Revista de Mágica Online – VANISH
  • Criador Revelação do Ano – Jeremy Tan

Mágica Online (Online Magic)

  1. Simon Pierro (Alemanha)
  2. Luca Bono (Itália)
  3. Dennis Kim (Coreano‑americano)

Mágica de Rua (Street Magic)

  1. Eric Evans (EUA)
  2. The Charming Jay (República da Coreia)
  3. Matthew Keys (Irlanda)

Ato de Palco Mais Original (Most Original Stage Act)
Lucas Kaminski (Alemanha) – MZvD – Lars Tepel

Ato de Close‑Up Mais Original (Most Original Close Up Act)
Michael Bloemeke (EUA) – IBM – Mike Dunagan

Francesco Della Bona (Itália), Mind2Mind (Reino Unido), Léa Kyle (França), Ibuki (Japão) e Mortenn Christiansen (Dinamarca), disputam o Grand Prix. Reprodução da internet

Predomínio europeu e avanço asiático

Os Top 5 países em número de prêmios confirmam a hegemonia europeia, com a Itália (país‑sede) liderando isoladamente e a Coreia do Sul despontando como principal força asiática:

Top 5 – Países com mais prêmios

  1. Itália – 8
  2. Alemanha – 4
  3. Coreia do Sul – 3 (empate)
  4. Espanha – 3
  5. França – 3

Paralelamente, o ranking de participação numérica reforça a mesma concentração geográfica:

Top 5 – Países com mais competidores

  1. França – 19
  2. Espanha – 18
  3. Alemanha – 14
  4. Itália – 13
  5. Coreia do Sul – 11

O cruzamento dos dois quadros mostra que quatro dos cinco países mais numerosos também estão entre os mais premiados, ilustrando a combinação de massa crítica (quantidade) e excelência técnica. A Coreia do Sul, única não europeia nas duas listas, reafirma a força de sua escola contemporânea de manipulação e inovação visual. A Itália, anfitriã, destacou‑se não só pela organização, mas por atingir o maior número de conquistas nesta edição, convertendo presença em performance.

Brasil: baixa representatividade e lacuna latino‑americana

O Brasil contou oficialmente com 2 competidores inscritos, figurando na 18ª posição em número de participantes. O caso brasileiro, entretanto, revela as nuances multi-culturais do país: dos dois nomes listados para o Brasil (Everton Machado e Bruno Mariotti), apenas Everton é brasileiro de nacionalidade; Bruno Mariotti é argentino de origem, embora associado à cena brasileira. Outros profissionais brasileiros optaram (ou foram enquadrados) por federações estrangeiras: Daniel Prado competiu por Portugal e Alain Simonov competiu pela Rússia.

Na categoria experimental de Mágica de Rua, participaram ainda os brasileiros Célio Amino e Rapha Santacriz. Apesar da diversidade de presenças, nenhum brasileiro, inclusive os que competiram representando outras bandeiras, alcançou premiação nesta edição.

Mais amplo que o recorte nacional, o dado que chama atenção é que nenhum mágico da América Latina foi premiado em 2025, evidenciando um vazio competitivo entre o chamado Norte Global e o Sul Global. O resultado acende alerta para investimentos estruturais: formação técnica, acesso a staff internacional, pesquisa estética, artística e suporte federativo.

Significado estratégico dos resultados

A premiação revela que países com delegações robustas aumentam estatisticamente suas chances, mas a Itália demonstrou uma conversão acima da média ao liderar em prêmios sem ser a delegação mais numerosa (ficou atrás de França e Espanha em quantidade).

A Coreia do Sul, mesmo com delegação menor que França ou Espanha, figura simultaneamente entre os mais premiados e os de maior participação, consolidando uma escola reconhecida por ritmo, limpeza técnica e design visual.

A ausência total de pódios para a América Latina revela necessidade de políticas de fomento: intercâmbios, laboratórios criativos e estímulo a rotas internacionais de aperfeiçoamento.

Sobre o FISM

O FISM (Fédération Internationale des Sociétés Magiques) realiza o Campeonato Mundial de Mágica a cada três anos, reunindo julgadores especializados e estabelecendo padrões de excelência artística, originalidade e técnica. Os resultados em Turim moldarão tendências estéticas e pedagógicas no ciclo pós‑2025.

ATUALIZAÇÃO: Francesco Della Bona, da Itália, ganhou o Grand Prix de palco e o japonês Ibuki levou o Grand Prix de Closeup.

Você também pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *