Embora seja anterior ao circo, a mágica está intimamente ligada ao universo circense. É praticamente impossível dissociar o ilusionismo do picadeiro. É comum vermos atos de palhaços com efeitos mágicos, mas essa conexão está ficando cada vez mais estreita, com o surgimento da categoria “Palhágica”, que é justamente a mágica feita por bufões.
Unindo o melhor dos dois mundos, a diversão e descompromisso da palhaçaria, com o encanto e assombro da mágica, os artistas palhágicos são uma atração perfeita para festas infantis, demanda de 70% dos trabalhos relacionados à mágica no Brasil, de acordo com dados da agência Harry Digital.

Divulgação/Chouchou
O sucesso é tanto que já é possível vermos artistas distribuídos, praticamente, de Norte a Sul do país, como o exemplo de Galileu Fontes, em Brasília, que apresenta o palhágico Chouchou e tem agenda cheia até o fim do ano. Galileu descobriu a mágica em quiosques de shoppings no Planalto Central ainda adolescente e depois, na faculdade, fez seu trabalho de conclusão do curso de teatro sobre palhaçaria. O nome Chouchou vem da fofura emprestada do cão chow-chow, que virou seu apelido de batismo como palhaço e acabou virando sua marca.

Reprodução da internet
Já no Rio de Janeiro, a história de Marcos Griot, artista circense de rua, começa na palhaçaria e depois encontra a mágica. Seu personagem infantil é batizado apenas como “Palhágico”, já que foi um dos primeiros do Brasil a experimentar essa linguagem cênica para entretenimento infantil. Marcos é integrante do Coletivo Marginow e atualmente desenvolve também espetáculos e projetos de mágica em teatro, não somente para o público infantil.

Divulgação/ClaraRicca
Em Florianópolis, o multi-artista Marcos Lark trouxe à cena o que chama de “personagem de sua vida”, Néstor, o Palhágico Encantador. Malabarista, mágico, palhaço e ventríloquo, Lark pode, através do seu palhaço, explorar outras abordagens artísticas através da mágica. Não dá para negar que essa também seja uma estratégia bastantee inteligente para aumentar o valor agregado do espetáculo e poder cobrar um ticket maior, já que o figurino e a maquiagem são fatores que prolongam o tempo investido em cada apresentação.
O mercado de eventos infantis, por sua vez, valida a proposta dos artistas palhágicos, que já são cotados por essa distinção. Tudo o que é novo, desperta interesse natural. A mágica já é diferente e a plahágica é o diferente do diferente, o que poteencializa o efeito e desperta a curiosidade, gatilho fundamental para vendas.
Como toda subcategoria dentro da mágica, a palhágica está prestes a ganhar um evento somente dedicado a esse tipo de artistas, organizado por Galileu Fontes, que além de mágico e palhaço, também é ator, diretor e produtor de eventos.
Ou seja, ainda vamos ouvir falar muito sobre palhágicos no Brasil, pois é uma tendência do mercado de entretenimento infantil que veio para ficar.