O “Pega a Visão” desta semana chega com palco cheio, superprodução e um clássico de portas abertas. Tem resenha da estreia da 3ª edição do Ilusões, com fumaça, piadas e números internacionais; Maicon Clenk celebrando 20 anos de seu Teatro Ilusionista, em “O Grande Show de Mágica”; e para fechar, a tradicional loja Rei das Mágicas, volta à ativa no Centro de São Paulo, pronta para abastecer veteranos e iniciantes. Quer saber o que funciona no Rio, o que estreia em São Paulo e onde garimpar aquele acessório que sumiu do mercado? Então pega a visão e vem com a gente!

Adoro Mágica
ILUSÕES MISTURA MÁGICA PREMIADA E HUMOR EM ESPETÁCULO QUE FUNCIONA
A terceira edição de “Ilusões”, dirigida e estrelada por Gabriel Louchard, estreou no Rio de Janeiro e promete intensa turnê por São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e Curitiba. Com o próprio Louchard no papel de mestre de cerimônias, o espetáculo reúne artistas de cinco países, unindo a precisão da alta mágica internacional ao humor característico do anfitrião.
O Adoro Mágica esteve na estreia e traz um resumo do que acontece na 3ª edição do Ilusões, com exclusividade para o público e entusiastas da mágica:
O show começa com uma aparição de Gabriel em meio à ofuscante fumaça e uma estrutura transparente que lembra uma caixa mágica. A quantidade de névoa pode ter sido exagerada, mas já nos primeiros segundos, a atmosfera intrigante conquista a plateia. Em seguida, Louchard apresenta sua clássica rotina do lenço, uma desaparição inspirada no ilusionista português Luis de Matos, arrancando boas risadas e estabelecendo seu tom de humor.
Na sequência, sobe ao palco o sueco John Henry, que aposta na tradicional “mágica mais antiga do mundo”, o Cups and Balls. Ele utiliza uma lata de bolas de tênis como suporte, mas, embora execute a rotina com desenvoltura, o número soa datado e talvez seja o ponto mais fraco de toda a noite, longe de impressionar quem espera algo verdadeiramente inovador.
A performance de Junwoo Park, campeão mundial FISM de manipulação em 2022, é o ponto alto do espetáculo. Com graça e precisão incríveis, o jovem sul‑coreano executa seu número premiado, deixando a plateia em silêncio absoluto e, ao final, rendida a um aplauso unânime. Podemos considerar este o melhor ato de todo o espetáculo.
Gabriel retorna ao palco para apresentar sua “Caixa Maldita”, onde um espectador desaparece misteriosamente dentro de um case. O timing cômico de Louchard e a interação com a plateia garantem momentos memoráveis e gargalhadas altas, comprovando o talento do ator como mágico-comediante.
O espanhol Javier Botia, campeão mundial de mentalismo em 2018, traz seu ato cômico inspirado no toureiro. Apesar de seu carisma e domínio do palco, ainda peca pela falta de fluência em português, o que afasta parte da plateia das nuances de seu texto. Mesmo assim, esbanja carisma e recolhe boas risadas ao fazer leituras de mente.
O francês Jimmy Delp, conhecido como The Orange Magician, investe num estilo clownesco que lembra Sylvester the Jester. Seu número, repleto de risos e loucuras, combina piadas físicas com truques visuais desconcertantes, um deleite para quem aprecia humor nonsense.
De volta, Gabriel apresenta a clássica Carta na Laranja, agora com duas duplas de espectadores. Em seguida, encena o mais ambicioso dos seus números: o ursinho Teddy viaja de um lado para o outro dentro de duas grandes estruturas, junto com dois espectadores. Embora o efeito seja impactante, o número podia ter sido mais explorado magicamente.
Botia retorna para um segundo ato de mentalismo, com leitura de desenhos anônimos pelo público, e demonstra um bom controle de ritmo. Depois, Junwoo Park fecha a ala internacional com uma sequência de Professor’s Nightmare e Acrobatic Knot, embalados por trilha sonora moderna, que, embora bem executados, perdem força frente ao ato que o coreano apresentou anteriormente.
Por fim, Gabriel agradece, convida todos os artistas ao palco e garante o fechamento triunfal, com a aparição do elenco no palco. Apesar de ser inferior às edições anteriores em termos de coesão do elenco e inovação, muito por conta do Campeonato Mundial FISM 2025 estar acontecendo agora na Itália, o que diminuiu as opções, a terceira edição do “Ilusões” vale a visita pelos momentos de boa mágica, em especial o número de Junwoo Park, e pelo humor genuíno de Louchard, que faz da noite um evento leve e divertido.
O espetáculo fica no Rio até 20 de julho, depois segue em turnê para Belo Horizonte, dia 24, Fortaleza, 25, Curitiba, 26 e encerra em São Paulo entre 31 de julho e 3 de agosto. Os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla.

Divulgação
MAICON CLENK APRESENTA O “O GRANDE SHOW DE MÁGICA”
Maicon Clenk define seu trabalho como “teatro ilusionista”: uma cena sem falas que combina mágica com dança, acrobacia e efeitos visuais para contar histórias acessíveis a qualquer idade ou nacionalidade. A expressão surgiu depois de mais de duas décadas de pesquisa. Clenk estudou teatro, circo e dança no Brasil, Europa e Estados Unidos, fundou sua companhia em 2005 e passou a criar espetáculos que distribuem os efeitos por vários personagens em vez de concentrar tudo na figura clássica do mágico.
Em “O Grande Show de Mágica”, Maicon Clenk comemora seus 20 anos de carreira, reunindo números clássicos de levitação, teletransporte, aparições e metamorfoses, apresentados com elenco de bailarinos, efeitos especiais e mais de 100 figurinos. O roteiro percorre a história do ilusionismo, do Egito Antigo aos palcos de Las Vegas, e homenageia figuras como Merlim, Houdini e Georges Méliès, além de incluir um quadro de comédia em que Clenk interpreta um mágico brasileiro falido.
Maicon é ilusionista, diretor e coreógrafo, com carreira na criação de espetáculos originais. De acordo com suas contas, seus espetáculos já foram assistidos por mais de 20 milhões de pessoas. No audiovisual esteve entre alguns dos maiores ilusionistas do mundo na série de TV “Mestres do Ilusionismo”.
“O Grande Show de Mágica” fica em cartaz entre 11 e 21 de Setembro, quinta, sexta e sábado às 20h, Domingo às 17h30, no Teatro Sérgio Cardoso. Os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla.
Com informações de IstoÉ

Reprodução da internet
REI DAS MÁGICAS REABRE LOJA EM SÃO PAULO
A tradicional loja Rei das Mágicas, referência na venda de artigos de ilusionismo no Brasil desde a década de 1960, reabre suas portas na Avenida São João, 1403, Centro Antigo, agora sob o comando de Rodrigo Morgado, filho do visionário Sarmento de Lima Morgado.
Morgado, falecido em 2023, foi pioneiro na industrialização, fabricação e comercialização de artigos de mágica no país. Como ex‑proprietário de gráfica, percebeu a falta de impressos em língua portuguesa dedicados à arte mágica e lançou revistas, boletins e, posteriormente, um dos primeiros cursos de mágica por correspondência, que atraiu 17.700 inscritos. Sob seu legado, a rede chegou a contar com 22 lojas e inspirou gerações de mágicos amadores e profissionais.
Após o fechamento da unidade no Shopping Ibirapuera, a loja de rua volta a oferecer um mix selecionado de números de mágicas, baralhos, acessórios e publicações, preservando peças clássicas e incorporando novidades. Embora nem todos os itens do acervo original estejam disponíveis, o catálogo completo pode ser consultado pelo site.
Em meio à era digital, o Rei das Mágicas permanece como uma das poucas lojas físicas de mágica em operação no Brasil, um ponto de encontro para artistas, colecionadores e entusiastas de todas as idades.
O Pega a Visão fica por aqui, mas na semana que vem tem mais novidades, estreias e bastidores do mundo do ilusionismo pra você.