Muito comum no meio teatral e da dança, o coletivo de artistas que se reúne para pesquisar uma linguagem cênica é conhecido como companhia. Cada vez mais com uma abordagem artística, as companhias de mágica surgem no Brasil e tem na Cia. Fundo Falso uma referência positiva.
Criada como Grupo Fundo Falso, pelo mágico Ricardo Malerbi, esse coletivo paulistano nasceu de uma parceria com o também mágico Célio Amino e o Grupo Oculto do Aparente, há quase 15 anos atrás.
O Fundo Falso criou pernas próprias e hoje, como companhia artística, tem um dos trabalhos de pesquisa cênica e linguagem mágica mais respeitados do Brasil, com 18 produções no currículo, explorando espetáculos que misturam ilusionismo, dança, música, malabarismo e tratam de temas importantes e atuais como empoderamento feminino, inclusão social e saúde mental.

Editoria de Arte/Everton Machado
Do núcleo artístico da Fundo Falso, além de Ricardo Malerbi, a Cia. conta com Camis Rivetti, a magicista que traz o corpo para a cena, através da dança livre, e Tatá Trivério, o mágico que é formado em Física de Partículas e traz esse olhar científico para o ilusionismo.
Camis e Malerbi acabaram de estrear em Sorocaba, o mais novo espetáculo da Fundo Falso, chamado “O Enigma Da Rainha”, que ainda vai passar por algumas experimentações até ficar pronto de verdade e fazer uma temporada em São Paulo, até porque parte do processo da pesquisa da Cia.envolve tentativa e erro.
Tatá Triverio, que também faz às vezes de produtor e responsável técnico, também protagoniza a montagem “O Método Mágico Científico”, que tem participação ainda de Rudi Solon, Gui Antônio e Edu Rozendo, como standin.

Elenco de um dos Cabarés. Foto: Divulgação
Além de ilusionistas, o hibridismo no DNA da Fundo Falso, agrega artistas de outras áreas, como é o caso do malabarista Anderson, premiado internacionalmente, do transformista Ricardo Cavadas, com sua Stefany di Bourbon, e das palhaças e mestras de cerimônia Vera abbud e Paola Musatti, que integram as versões dos “Cabarés” montados pelo coletivo. Já o músico Flávio tris, performa um duo com Ricardo Malerbi na produção que parece ser a menina dos olhos da Cia, atualmente, o espetáculo “Num Passe de Música”, em que os artistas apresentam o conceito inédito de “númerocanção” com canções escritas especialmente para os números de mágica.

Momento de “Num Passe De Música”. Foto: divulgação
Essa é uma característica da Fundo Falso, ter um elenco variável, que orbita o núcleo artístico e conceitual da Cia.e contribui para a diversidade artística e social em cena. Sob o lema “mágica pra transparecer”, os artistas do coletivo fazem mágica jogando luz em temas ocultados ou invisibilizados e vão além da própria mágica, tocando o coração de quem assiste, fazendo emoções e sensações aparecerem.
Aproveitando a vocação lúdica e passando mensagens importantes para o público, a Cia Fundo Falso usa a mágica para transparecer as ilusões que nos cercam, nos mais diferentes lugares e ocasiões.