Notícias

ATEMPORAL EM CENA, ALAIN EM DEBATE E MÁGICA NA ESCOLA – PEGA A VISÃO

O “Pega a Visão” de hoje cruza três frentes da arte mágica: em São Paulo, Mateus Laurini estreia o solo “Atemporal”, um close-up intimista que gira em torno do mistério do tempo; na TV americana, o AGT rendeu debate com a performance de Alain Simonov, bela, plástica, mas esvaziada por escolhas da produção e por não mostrar o impossível; e, no Rio Grande do Sul, Everton Souto Carvalho inaugura, na EMEF Leonel Brizola, uma Escola de Mágica que leva ilusionismo para a sala de aula como ferramenta de educação e inclusão. Quer saber onde a mágica provoca, onde falhou e onde transforma? Então pega a visão e vem com a gente.

Mateus Laurini, mágico, bailarino e acrobata. Divulgação

ATEMPORAL – O NOVO SOLO DE MATEUS LAURINI

Em sua transição das grandes ilusões ao close-up, o mágico Mateus Laurini apresenta Atemporal, uma jornada pelo maior mistério da mágica: o tempo. Em formato intimista, Laurini mistura narrativa e interação para conduzir o público por reflexões que atravessam gerações, costurando histórias de viagens e encontros com mágicos ao redor do mundo. Do baralho aos objetos do cotidiano, tudo entra em cena para criar momentos de proximidade, surpresa e conversa. “Menos aparato e mais experiência compartilhada”, diz o artista.

QUEM É MATEUS LAURINI
Ator, bailarino, mágico e acrobata, Mateus Laurini tem um currículo extenso e muita bagagem. Seu currículo passa por cruzeiros (Pullmantour e Carnival), ruas (Espanha e Itália), direção e produção, incluindo “Illusion”, considerado o maior show de ilusionismo da Arábia Saudita, além de close-up em Dubai, Las Vegas e Turquia.

Laurini foi diretor artístico dos espetáculos de Issao Imamura e já apareceu em programas como Hebe, Ratinho, Rodrigo Faro, Mais Você, Silvio Santos, além da abertura do Teleton. No circo, foi coreógrafo de palco no PlayCenter, atuou no Cirque du Soleil (Lanuba), com passagem por Ibiza, como pirofagista. No teatro musical, integrou produções da Disney, foi diretor artístico de ação e circo em “Peter Pan – O Musical”, participou de Les Misérables, Cats, Branca de Neve, entre outros. Além de tudo isso, Mateus participou das turnês internacionais Michael Jackson Tribute e Madonna: Queen of Pop.

Quer ver tudo isso somado e transformado em mágica no palco? Então aproveite para comprar seus ingressos, pois a segunda sessão já está esgotando: dia 31 de agosto, na Timing House. Clique aqui e faça sua reserva.

Reprodução: AGT

ALAIN SIMONOV NO AGT: PRODUÇÃO ATRAPALHA E MÁGICA NÃO AJUDA

O ilusionista Alain Simonov, que recentemente esteve no Campeonato Mundial da Mágica (FISM) na Itália, voltou aos holofotes em sua apresentação no America’s Got Talent. O resultado, no entanto, deixou a desejar, não apenas pelas escolhas da produção, como pela performance em si. 

De acordo com o próprio artista, a produção alterou a música original de seu ato, quebrando o ritmo e drenando parte da força dramática. Concordo com ele: a trilha sonora não encaixou, comprometendo a atmosfera. A direção de câmeras também foi infeliz, aproximando em momentos equivocados e, pior, expondo detalhes que deveriam permanecer invisíveis, como o encaixe da cadeira e a mordida falsa na maçã.

Do ponto de vista artístico, há méritos: os efeitos são lindos, e nota-se a mão do consultor artístico Arturo Fuensalida, no cuidado com a plástica das ilusões. Ainda assim, tudo parece “perceptível”. É visualmente interessante, mas sem atingir o assombro.

O início com as máscaras tem muito mais força cênica do que o desfecho com a maçã e a cadeira flutuante. Além disso, as expressões faciais de Alain não dialogam com o que está acontecendo no palco, gerando um descompasso narrativo. Falta clareza: ele é o agente que provoca, a vítima dos acontecimentos, ou o testemunho de algo maior? Essa indefinição compromete a ficção do número.

Aqui chegamos ao ponto central: não basta um encadeamento de efeitos visuais. Como lembra o teórico Ricardo Harada, é essencial intercalar exposição e impossibilidade, mostrar porque algo é impossível antes de romper a lógica. Sem isso, a mágica vira mero efeito especial.

No ato apresentado por Alain, vimos o inverso: muita plástica, pouco assombro. Como cena, é pobre; como mágica, carece de impossibilidade. O resultado é uma sequência estética que não atinge nem o impacto teatral, nem a potência mágica.

A impressão que dá é que foi um ato frankenstein, que Alain montou às pressas, para o programa, ou que precisou ser mexido para caber no formato da atração e acabou perdendo o sentido, o que, infelizmente, é comum acontecer com mágica na TV.

A reação dos jurados refletiu essa falta de impacto. Mel B, a mais precisa na crítica, foi direta: “queria acreditar na mágica, mas não consegui”. É verdade que ao apertar o botão do X no meio da apresentação, a jurada foi cruel, apesar disso, tem razão. Quando o público percebe a “técnica” e não o “impossível”, a mágica perde o sentido.

Já Sofía Vergara falou em misticismo e atmosfera, reconhecendo certo charme, mas apontando que a apresntação anterior, na audição, foi superior. Howie Mandel, ao comparar com Shin Lim, acabou cometendo uma das maiores ofensas possíveis: a de medir um estilo próprio contra um paradigma consolidado. Simon Cowell, fiel ao seu papel, resumiu em um “meh” — talvez a palavra que nenhum artista deseja ouvir.

Alain Simonov tem talento, estilo, técnica e densidade, isso é inegável. Mas a apresentação nas quartas de final do AGT escancarou problemas comuns a muitos ilusionistas contemporâneos: a preocupação excessiva com o visual, em detrimento da dramaturgia e do assombro, além da dificuldade em transpor a mágica de palco para a linguagem da televisão. Sem expor o impossível, não há mágica e sem cena forte, não há teatro. A confusão somente favorece a TV.

Por Henri Sardou

Reproduçãp: Jornal A Semana

ESCOLA DE MÁGICA UNE EDUCAÇÃO, ARTE E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

A EMEF Leonel Brizola, localizada no Sítio dos Açudes, lançou a Escola de Mágica Leonel, iniciativa inédita que incorpora a arte mágica ao currículo escolar como prática educativa. O projeto nasce em parceria com o programa internacional Mágicos Sem Fronteiras e tem coordenação local do professor e mágico Everton Carvalho.

A proposta é simples e potente: aproximar os alunos da mágica para desenvolver disciplina, criatividade e raciocínio lógico, fortalecendo autoestima e engajamento escolar.

Além de oficinas e apresentações internas, a Escola de Mágica integra o programa Aprendiz de Mágico, dos Mágicos Sem Fronteiras, e oferece conteúdos que vão desde técnicas básicas com objetos do cotidiano até reflexões sobre ética, comunicação e empatia. O foco ultrapassa o entretenimento: usar a mágica como ferramenta de educação, cidadania e inclusão social.

O plano é que os próprios estudantes se tornem multiplicadores, levando seus números e aprendizados a outras escolas e espaços culturais da cidade, ampliando o impacto para além da sala de aula.

SOBRE O COORDENADOR

Everton Carvalho é mágico profissional, filiado à tradicional AMAR (Associação dos Mágicos do Rio Grande do Sul). Além de seu trabalho nos palcos, atua como professor de História, educador social e mestrando em Ensino de História, unindo arte, educação e ilusionismo em sua trajetória.


O Pega a Visão fica por aqui, mas na semana que vem tem mais novidades, estreias e bastidores do mundo do ilusionismo pra você.

Você também pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *